Naquela manhã, quando estávamos os dois perto daquela janela de grades, onde o sol passa com dificuldade, o Manuel* confessou-me:
- Tenho poderes!...
- Que poderes, Manuel?
- Os de Deus!... E vou-te dar um carro!
(…)
- Ouvi-o dizer que amanhã me vou embora…
- Hum… Quem te disse que te ias embora?
- Ele… o Deus!
- Então, mas o Deus não eras tu?
- Não! Eu tenho os poderes iguais aos dele, mas eu não sou ele… Somos Dois!…
(…)
Se acreditar num Deus é difícil, quanto mais em dois! Mas, como negar a sua existência, quando Ele nos promete baixinho ao ouvido que amanhã o sol deixará de ter sombras?
[*nome fictício]
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